No princípio este Blog era dedicado a comentar a "arghtetura" que grassa em todo canto.Alquimíca: porque seus autores conseguem transmutar concreto, aço, vidro e outros materiais em pura merda. Com o tempo, foram acrescentados "contra-exemplos": alquimia inversa à supracitada (reciclagem,arquitetura alternativa, sustentabilidade, novas tecnologias, etc,..). Aceitam-se imagens e crônicas. Envie-as para arquiteturaalquimica@bol.com.br

quarta-feira, janeiro 10, 2007

não foi terremoto

...apesar de ser no Japão.
Tirei lá do fina flor do brega, também.

forma e função

Este exemplo foi retirado lá do site fina flor do brega. Segundo a autora do post (Valeu, "Lulu de Cacharrel"), o autor do "projeto" parece ter um entendimento bem literal do que seja adequação forma/função. Mais explícito impossível: trata-se da entrada de um motel, em Porto Alegre.

Só vendo pra crer....

PS: Peguei emprestado da "Lulu" o termo arghtetura. Obrigada. Lá no site dela, www.finaflordobrega.combr tem uma seção só de arghtetura e decoração que vale a pena conferir! São páginas e páginas de exemplos kitsch.

domingo, janeiro 07, 2007

cápsulas

Colônia de férias no ex-planeta Plutão? Não! Apenas a residência de praia de uma numerosa família que parece ter uma noção de privacidade um tanto o quanto peculiar.... Cada uma das "cápsulas" é um mini-apartamento e todos eles estão interligados.... A única área comum é o play-ground das crianças.

"eu agüento até os modernos...

E seus segundos cadernos (...) Eu não gosto é do bom gosto" (Senha - Adriana Calcanhoto) O que é o kitsch afinal? Fiquei incomodada com a tentativa feita, no post anterior, de distinguí-lo da arquitetura alquímica. Como estou longe dos meus livros, no momento só posso contar com as "definições"que rolam pela rede. Transcrevo o que achei lá no E-DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS: kitsch: De origem incerta, mas provavelmente derivado do inglês “sketch” (esboço) ou do alemão “kitschen” (coloq.: fazer móveis novos à partir de móveis antigos), o termo kitsch surgiu por volta de 1870 no comércio artístico em Munique para designar objectos de arte, feitos de propósito para satisfazer a procura de uma nova clientela endinheirada. A partir deste contexto, a palavra evoluiu pejorativamente no sentido genérico de arte de imitação e de mau gosto. Kitsch é um termo internacional e aplica-se em todos os domínios da produção artística, desde as artes plásticas até à literatura, música e artes decorativas. Enquanto termo contrastivo de “arte autêntica e verdadeira”, kitsch começa por ser um fenómeno histórico-social, ligado à ascenção da burguesia e ao seu alargamento, no século XX, para uma sociedade de massas que pede aos produtos de cultura uma disponibilidade comercial idêntica à de outras comodidades. Anti-elitista por excelência, o kitsch é um produto da sociedade de consumo e mais de que uma qualificação estética, significa uma atitude perante a vida que valoriza o prazer fugaz da não-permanência. De um ponto de vista estético, kitsch é uma arte eclética cujo princípio estrutural é mais acumulativo de que arquitectónico. Kitsch favorece a abundância, o elemento decorativo, a não-funcionalidade e a trivialidade. Produzido para ser vendido, kitsch adapta-se ao gosto do público, estimulando uma emocionalidade cómoda, perto do sentimentalismo. Em termos de recepção, kitsch é de assimiliação fácil: gratifica as expectativas do consumidor e assenta numa medianidade de gosto que os media e a publicidade simultaneamente produzem e satisfazem. Na medida em que o kitsch é conscientemente aproveitado por correntes artísticos (arte Pop) ou grupos específicos (camp), o termo vai perdendo o seu poder contrastivo de “arte”. Ao promover o kitsch à arte e a equacionar arte com kitsch, tais correntes colocam em questão as tradicionais distinções entre “arte elevada” e “arte popular”. Em último análise, kitsch pergunta pelo valor ético do objecto estético e repõe a questão romântica da transcendência da arte em termos imanentes e relativos. Os usos metacomunicativos e elitistas de kitsch (ironicamente os primeiros objectos de kitsch tornaram-se hoje itens de colecção - edelkitsch - acessível apenas a um grupo económico de élite) distanciam-se do uso original de kitsch, que continua operante no uso comum, como testemunham os termos portugueses equivalentes: “pires”, “piroso”, “pimba”. BIB.: Abraham Moles: Psychologie du kitsch: L’art du bonheur (1971; O Kitsch: A Arte da Felicidade, São Paulo, 1994); E. Karpfen: Der Kitsch (1925); G. Dorfles: Der Kitsch (1969); G. Richter: Kitsch-Lexicon von A bis Z (1970); J. Schulte-Sasse (ed.): Literarischer Kitsch. Texte zu seiner Theorie, Geschichte und Einzelinterpretation (1979); L. Giesz: Die Phaenomologie des Kitsches (1960); Matei Calinescu: Five Faces of Modernity: Modernism, Avant-Garde, Decadence, Kitsch, Postmodernism (2ªed., 1987); T. Kulka: Kitsch and Art (1996). M. Boucherie Tem também na http://pt.wikipedia.org/wiki/kitsch

conceito

São borrados, tênues os limites entre o que comumente se chama kitsch e o que chamo aqui de "arquitetura alquímica". O exemplar do primeiro post, por exemplo, oscila entre um e outro. Penso que talvez o kitsch em arquitetura conserve algo daquilo que é o naif na pintura: falta de pretensão, uma certa espontaneidade e descompromisso com a "tendência do momento" ou com o "bom gosto" acadêmico. O kitsch seria uma "customização" intuitiva do usuário/proprietário da construção, o acréscimo - muitas vezes a posteriori - das referências estético/afetivas do morador. Já a arquitetura alquímica praticada por "profissionais"reflete uma certa pretensão estilística, arrogância ou afetação pseudo-acadêmica. Tem predominado atualmente uma certa referência Miami: grandiloquência, abuso da simetria e de coloridos diferentes nos telhados e nas paredes externas, colunas sem função estrutural, enfeitadas com frisos, relevos e escala monumental. Ao observar o exemplo anexado a este post, meu tio (que é arquiteto), sugeriu um diagnóstico interessante: disse que aparentemente o "alquimista" autor do projeto tinha "preocupações volumétricas", um certo cuidado em distribuir a simetria lateral e alto/baixo. Mas a atenção à distribuição dos volumes não levou em conta, por exemplo, o ambiente. É uma casa à beira-mar e a viga frontal da sala simplesmente impede que se veja a linha do horizonte. Sobreposto a isso observa-se a ostentação, a utilização de colunas ornamentais, tudo isso sacrificando a criação dos espaços (na minha época de estudante estava na moda definir a arquitetura como "criação de espaços". Não sei se hoje ainda é assim) e a funcionalidade. Nem mesmo está em discussão se aqui antes foi pensada a forma ou a função: ambas são igualmente sacrificadas. Foram feitas, certamente, concessões ao proprietário-cliente: ou será que de sã consciência alguém que fez 5 anos de faculdade ousaria propor que o forro de um dos quartos tenha um detalhe em forma de coração e o outro um detalhe em forma de borboleta, por exemplo? E ainda há um terceiro quarto, com o detalhe em forma de estrela...

Infestação

' "isto" é na praia do Grant, Itajuba, litoral norte de Santa Catarina.