arquitetura alquímica

No princípio este Blog era dedicado a comentar a "arghtetura" que grassa em todo canto.Alquimíca: porque seus autores conseguem transmutar concreto, aço, vidro e outros materiais em pura merda. Com o tempo, foram acrescentados "contra-exemplos": alquimia inversa à supracitada (reciclagem,arquitetura alternativa, sustentabilidade, novas tecnologias, etc,..). Aceitam-se imagens e crônicas. Envie-as para arquiteturaalquimica@bol.com.br

quarta-feira, setembro 04, 2013

fritadeira high tech

A notícia abaixo foi retirada de O Estado de São Paulo
Prédio espelhado vira ‘fritadeira’ e derrete carros em Londres

Arquitetura criativa da torre de 37 andares na City londrina virou lente de aumento gigante
03 de setembro de 2013 | 12h 18

LONDRES - Os arquitetos adoram inventar moda e criar novas formas para chamar a atenção e tornar os ambientes mais criativos, agradáveis e ecológicos. Mas as vezes eles erram na mão e acabam criando problemas.
Em Londres, os arquitetos acharam que haviam pensado em tudo quando criaram a torre de vidro na City, o centro financeiro no coração da cidade. 
O arranha-céu de 37 andares tem espelhos em curva nos andares superiores para dar um ar grandioso à área de convivência na cobertura que será aberta ao público em maio, quando o prédio ficar pronto. 
A construção iniciada em 2011 tem central de aquecimento ecológico, elevadores super rápidos, jardim no terraço e uma vista espetacular de Londres.
O prédio chamado oficialmente de 20 Fenchurch Street ganhou o apelido de 'walkie-talkie', pelo seu formato que lembra um segurança fortão de ombros largos.
O detalhe que estragou o projeto grandioso foi que as paredes espelhadas em formato convexo se transformaram em uma grande lente que captura o calor do Sol e reflete a luz de forma concentrada para o chão como se fosse uma lente.

Raio mortal. O resultado é que o prédio passou a derreter o asfalto, selins de bicicleta e até

os automóveis estacionados nas imediações. O assunto virou notícia depois que um carro de luxo apareceu deformado.
"Eu voltei para o carro e vi uma senhora que estava fotografando", disse Martin Lindsay, infeliz proprietário de um Jaguar atingido pelo que o jornal Times chamou de "um raio mortal de luz". O jornal italiano Corriere Della Sera chamou o prédio de 'fritadeira'.
O espelho retrovisor e outras partes do carro estavam derretidas ou deformadas. "Uma cena absurda", disse o proprietário. "É perigoso, eles devem fazer algo, e rápido. Pense sobre o que poderia acontecer a uma pessoa que estivesse distraída lá embaixo, tirando uma soneca".
As empresas Land Securities e Canary Wharf, responsáveis pela construção, garantiram que vão indenizar os estragos e que estão estudando uma solução para o problema. A Câmara Municipal interditou o estacionamento e promete providências para evitar novos acidentes. 

Fotos extraídas de O Estado de São Paulo
Para ler a matéria com todas as fotos, é aqui.  




Foto extraída do site http://www.theguardian.com


Homepage do prédio, com mais fotos.


terça-feira, abril 08, 2008

foco

Já faz um tempo que não posto aqui, mais por indecisão do que por falta de opção... Revendo o material que separei pra postar percebo que bate uma enorme preguiça de comentar os prédios "mudernosos". Prefiro comentar as alternativas arquitetônicas de quem, por falta de alternativa (leia-se: falta de grana) tem que se virar com o que tem à mão. Pegando aquela estrofezinha famosa "uns com tanto, outros tantos com algum, mas a maioria sem nenhum", concentro o foco mais nessa maioria aí. Só falta agora vencer a preguiça.....

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Quem sabe faz a hora...

Há alguns meses postei aqui no blog fotos dele e da sua casa flutuante no Canal do Cunha (ver o post "contra-exemplo"). Chegou o carnaval e Luiz - fodido, porém privilegiado - assistiu à concentração das escolas de samba de seu camarote flutuante instalado no Canal do Mangue. Que Brahma, que Nova Schin que nada!!O camarote do Luiz é que arrebentou: até piscina tinha! E ainda por cima, enquanto nos outros camarotes reinava o desperdício, no do Luiz Barreto tudo foi feito com material reciclado. Comentário do próprio: "Como sou pobre e não me chamam para os camarotes, resolvi criar meu próprio camarote". Fotos extraídas do "último segundo - ig"

quarta-feira, janeiro 23, 2008

casa a jato

"Quik house é um kit-casa pré-fabricado desenhado por Adam Kalkin a partir de containers marítimos reciclados. A casa tem 3 ou 2 quartos e 1 banheiro e meio em seus 2,000 metros quadrados. Desde a chegada em seu terreno, leva um dia para completar a montagem da estrutura básica. Do início ao fim não levará mais que 3 meses para completar sua casa. (..) Quik house tem 75% de material reciclado em sua composição. (..) Outras opções 'verdes' incluem fontes de energia solar e eólica, um sistema de telhado "verde" e um sistema super insulating R-50". (tradução minha) .
FAQ, mais informações e outras excentricidades vc encontra em http://www.architectureandhygiene.com/main.html Aliás, essa onda "container flex" anda rolando aí pelos 3 continentes já tem um tempo...
Em Londres há a "Container City", um conjunto de studios que começou com 20 containers (15 studios) em 2001 e em 2002 foi acrescido de mais 22 studios (30 containers), com pontes e passagens entre "Container City I" e "Container City II". Os dois conjuntos foram projetados por Nicolas Lacey & Partners. "City I" levou aprox. 5 meses para ficar pronto e "City II"menos que isso. Há também escolas, studios de música, habitações isoladas de baixíssimo custo e outros.
A foto abaixo foi extraída de lá.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Trabalho porco

Recentemente revisitei a cidade onde nasceram todos da minha família (São Leopoldo, RS). Localizada mais ou menos no centro, ainda está a casa dos meus avós (que a herdaram de seus pais), uma das primeiras a ser construída no "berço da imigração alemã no Brasil". Eu e meu irmão passávamos as férias escolares nessa casa que, embora não tivesse nenhum luxo, tinha aquela atmosfera mágica das casas que parecem ter congelado o tempo em seu interior. Pra nós ela parecia um castelo. O pé direito alto, os cantos escondidos, a escadaria de madeira, os quartos do sótão e sobretudo o jardim.....Não faltavam estímulos para que qualquer imaginação infantil ficasse hipertrofiada. Logo após ter sido vendida para uma imobiliária, a casa foi tombada pelo Patrimônio. As condições de possibilidade da especulação: desde que a fachada fosse preservada, o terreno poderia ser aproveitado como bem quisesse a dita imobiliária. Preservar pra quê, né? Mais vale o aluguel de 50 partamentos na mão do que a imaginação voando no jardim "inútil" , que tornava "ocioso" todo aquele espaço. Já fui preparada para o choque: em vez de rever a casa que tornou minha infância mais saborosa, eu bem sabia que ia ver algo capaz de acentuar meu já quase senil desgosto e ratificar minha descrença na humanidade. Mas ultrapassou todas as minhas expectativas... Fotografei tudo com um nó na garganta.... Revoltante. Onde agora está este primor de "arquitetura moderna" havia um jardim maravilhoso, com parreira, árvores frutíferas, canteiros cultivados com todo tipo de flor, ciprestes, etc... Nesta foto só se vê um pedaço da fachada "preservada". Na próxima foto vê-se melhor o tamanho do estrago.... Pra completar, o prédio tem aproximadamente 10 andares. Observe-se não só a completa falta de noção da situação toda como também a aberração da construção, a desproporção em relação às construções vizinhas e o aproveitamento absolutamente invasivo do espaço (se bem que entre a fachada da casa e a face do prédio não ha´"espaço". As paredes estão coladas, como se a casa fosse uma verruga brotada do prédio, numa inversão de parasitagem. No próximo post tentarei colocar fotos antigas do tal jardim.

pensamento nômade, casa idem

Arquiteto cria casa em cima de triciclo
A pequena casa tem cerca de um metro quadrado Um jovem arquiteto de Hong Kong criou uma pequena casa em cima de um triciclo para combater o problema das más condições de moradia da cidade. "Estive pensando nas condições de vida de Hong Kong. É superpopulada e pagamos muito por um lugar muito pequeno", afirmou o arquiteto Kacey Wong. Assista à reportagem. A pequena casa tem uma janela e uma porta e o sofá pode ser transformado em uma cama. Por enquanto, a casa móvel está estacionada em uma exposição de design em Hong Kong, mas Wong pretende usá-la para dormir em diferentes partes da cidade no futuro.
(Extraído da BBC Brasil)

terça-feira, novembro 06, 2007

mais uma made in URSS

Isto é um "Palácio matrimonial", ou seja, local próprio para a realização de casamentos. Segundo consta na página http://www.pingmag.jp/2006/09/13/frederic-chaubin-soviet-sf-style/ , casamentos não eram e não são realizados em igrejas e sim em casas deste tipo. A foto, assim como a anterior, é de Frederic Chaubin. Mais informações e outras fotos da arquitetura russa do período soviético vc encontra no link acima.

quinta-feira, novembro 01, 2007

urss

Druzhba Holiday Center Hall é o nome desta "casa de amizade" ou "casa comunitária" construída no período soviético na região da Ucrânia. Reza a lenda que a CIA considerava-a um estranho objeto militar. Compreensível.
Chama a atenção a proporção da edificação em relação à encosta na qual está encravada: não há nenhum tipo de integração visível, pelo contrário. Mais parece a materialização de um confronto entre o poder de um regime totalitário e as forças da natureza. A ostentação da supremacia do primeiro é posta em primeiro plano absoluto (aliás, é posta em todos os planos). É tanto concreto e tanto volume que os freqüentadores da praia mal têm espaço. Como se sentir de férias e relaxado à sombra de tal aberração? Para quem está na praia, a sensação deve ser a de esmagamento iminente. E para quem está dentro será que é semelhante a uma fortaleza medieval?

para fechar a série "architekture alternative"

Casa de calotas & sucatas
Casa de praia em madeira flutuante, de Fred Burns. Belfast, Maine.
Casa de placas de Jose Parra. Em San Elizario, Texas.

alquimia do Bem

Ainda da série Architekture alternative Casa de tonéis - década de 70.
Também as noções de "supérfluo" e "essencial" são aqui postas em xeque...
Sabe-se lá qual necessidade gerou uma cabeceira tão rica. Teria sido a mesma que dispensou o teto protetor?
Drop City, Trinidad, Colorado, 1968.

Mais alternativas

Casa de portas em Pirgos, na Grécia.
Casa-globo perto de Lake Havesu, Arizona, 1977.

Outros contra-exemplos

Há alguns meses vi um interessante livrinho alemão sobre "arquiteturas alternativas": Architekture alternative. Depois de olhar as fotos, a polissemia da palavra alternativa e (também da palavra lar) fica ainda mais acentuada. Alguns destes exemplos mostram uma perpectiva alternativa ao modo pequeno-burguês de conceber o conforto. Em outros, alternativos são os materiais e as técnicas usadas para torná-los viáveis como elementos arquitetônicos. Há ainda a alternativa "espacial" - o aproveitamento de espaços inusitados, inóspitos e a procura de outros tipos de interação do volume com o ambiente. E também a alternativa "estética". Em alguns casos, de "estética da existência", mesmo. Eis o primeiro lote:

A primeira foto é um telhado experimental de pneu e grama, de Martin Pawley (Florida, 1979). A segunda foto é uma casamóvel em Los Angeles.